A indústria e o comércio estão entre os principais destaques do crescimento da economia brasileira de 7,7% no terceiro trimestre de 2020 ante os três meses anteriores, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira (3).
A agropecuária caiu 0,5%, a indústria cresceu 14,8% e os serviços subiram 6,3% no período.
Segundo o IBGE, entre as atividades industriais, destaca-se o crescimento de 23,7% das indústrias de transformação.
Também houve aumento para os segmentos de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (8,5%), construção (5,6%) e indústrias extrativas (2,5%).
Nos serviços, com a redução das restrições à circulação de pessoas que haviam sido adotadas para conter a disseminação do novo coronavírus, todos os segmentos cresceram, com destaque para comércio (15,9%), transporte, armazenagem e correio (12,5%) e outras atividades de serviços (7,8%).
Em comparação com o terceiro trimestre de 2019, a agropecuária cresceu 0,4%. Já a indústria teve queda de 0,9%, sendo que a construção recuou 7,9%. Os serviços caíram 4,8%.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, afirma que tanto o comércio como a indústria voltaram ao patamar pré-crise. Os serviços, setor que mais pesa no PIB, ainda estão no patamar do começo de 2017.
O desempenho da indústria reforça a mudança de perfil do consumidor após a pandemia: na comparação com o mesmo período do ano anterior, o setor ainda tem queda de 0,2%, mas segmentos como indústria moveleira e equipamentos de informática e eletrônicos produziram mais do que no terceiro trimestre de 2019.
São segmentos que se beneficiaram com o isolamento: com o trabalho remoto e mais tempo em casa, o brasileiro decidiu investir em produtos para o lar. Já a indústria de vestuários é um dos destaques negativos em relação ao mesmo período do ano anterior.
A agropecuária continua crescendo nas taxas interanuais –foi o único setor que teve resultado positivo no acumulado do ano. Houve queda em relação ao trimestre anterior, mas o dado era esperado em razão de fatores sazonais que afetam o agro, como as temporadas de safra.
Fonte: Folha de S.Paulo