O mercado de franquias brasileiro teve um crescimento nominal de 19,1% no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Trimestral de Desempenho da Associação Brasileira de Franchising (ABF). De acordo com o levantamento, todos os segmentos registraram crescimento, em especial o de alimentação (comércio e distribuição), com 43,9% e alimentação food service, com 26,6%.
Com a crescente abertura de franquias, empreendedores interessados devem avaliar o cenário antes de optar pelo formato. Repleto de vantagens, como o know-how da franqueadora e uma rede de apoio com outros franqueados, o modelo traz também desafios, como a contratação da equipe, a garantia de manutenção dos padrões operacionais e a escolha do ponto comercial – sendo este o primeiro enfrentado pelo franqueado após a escolha da compra de sua franquia.
Matheus Krauze, sócio fundador da SOFT Ice Cream, avalia que a decisão do ponto comercial é o maior desafio ao iniciar a abertura de um negócio. “Independente de qual o seu produto, o local é o principal ponto a ser avaliado para uma loja física. Acredito que o primeiro passo para escolher um bom ponto comercial é conhecer seu público e entender seus comportamentos e hábitos de consumo, assim você consegue identificar padrões e o que precisa ter em um bom ponto”, diz o empresário.
De acordo com Krauze, acessibilidade, área com sombra e um bom fluxo de pedestres passantes são bons sinais para pontos voltados para alimentação, que dependem do conforto na permanência para que os clientes desejem consumir naquele espaço. “Nossas lojas não costumam ter grandes espaços internos, por isso nossos franqueados precisam mirar em locais com boas áreas externas, com sombra e até mesmo bancos, para que seus clientes possam aguardar seus pedidos e até mesmo consumi-los no local”, diz.
André Henning, sócio fundador da Go Coffee, corrobora a visão de Krauze. “Tão importante quanto a qualidade dos produtos, a escolha do ponto comercial é fundamental para o sucesso do negócio”, diz. Ele conta ainda que a responsabilidade de garantir um bom espaço para a loja vem também do franqueador. “É normal que os franqueados estejam ansiosos e animados para abrir suas lojas, nosso papel é avaliar se ali é de fato o ponto ideal para o negócio. Às vezes, o valor de aluguel pode ser baixo e parecer muito atrativo, mas se a região não está de acordo com o público ou não tem o fluxo de pedestres que precisamos, vai ser um impacto direto no faturamento da unidade”, complementa Henning.
Segundo os empresários, é de extrema importância que exista sinergia entre os interesses da franqueadora e do franqueado, e uma análise intensificada de todas as vantagens e desvantagens dos pontos comerciais analisados. Para tanto, é possível utilizar softwares de geolocalização, estudos de público e parcerias com empresas imobiliárias.
Fonte: Varejo S.A