O comércio em Goiás está convencido de que a inadimplência pode esfriar as vendas do varejo em 2025, sobretudo no 1º semestre. Após cinco altas consecutivas no índice estadual, sendo a mais forte delas em novembro (4,68% em relação a novembro de 2023), a FCDL-GO vê como improvável uma reviravolta a curto prazo.
E com a taxa básica de juros, a Selic, agora a 12,25%, a recuperação pode demorar ainda mais. Contrária ao reajuste feito pelo Banco Central na semana passada, a FCDL-GO explica que os juros mais altos encarecem o crédito, desencorajando as compras com cartão de crédito ou crediário, e podem fazer com que as dívidas dos inadimplentes se multipliquem mais rapidamente, dificultando o acerto com os credores.
Nesse cenário, o temor das empresas do varejo é que a inadimplência se aprofunde ainda mais. O número de consumidores goianos negativados cresce desde julho (2,23%), continuando em agosto (1,32%), setembro (2,47%), outubro (3,51%) e novembro (4,68%). Em todos os casos, a comparação é com igual mês do ano passado.
“A maior preocupação agora é com as vendas no Natal, mas acreditamos, nesse caso, que os impactos serão menores porque o consumidor está capitalizado com o 13º salário. Porém, o comércio precisará de um impulso no início do ano, porque normalmente as vendas são mais fracas no 1º trimestre, mas nesse quadro de inadimplência, e somada com os juros mais altos, as perspectivas são bem conservadoras”, diz o presidente da FCDL-GO, Valdir Ribeiro.
Os dados da inadimplência são do SPC Brasil, o Serviço de Proteção ao Crédito. O levantamento aponta que o setor com participação mais expressiva do número de dívidas em novembro em Goiás foi o de bancos, com 60,23% do total de dívidas, seguido pelo comércio (13,29%) e concessionárias de água e luz (9,99%). Somando todas as dívidas atrasadas, cada consumidor negativado do estado deve, em média, R$ 4.699,03.
A FCDL-GO destaca ainda que, em novembro de 2024, do total de negativações no estado, 83,08% foi de devedores reincidentes, ou seja, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.
Fonte: Assessoria de Comunicação/FCDL-GO